23/08/2010

Voto de protesto ou atestado de burrice?



Não sei se hoje em dia ainda é assim, mas quando eu estava nos meus primeiros anos de escola, havia uma votação que decidia quem seria o representante da classe. Aquele aluno que "ajudaria" as professoras a fazer chamada, marcar negativos, apagar a lousa, ir buscar alguma coisa na secretaria... Ou seja, um escravinho imbecil.

E a classe nunca escolhia os CDF's por um motivo óbvio. Era melhor eleger o aluno mais bagunceiro e sem noção porque este não cumpriria a função de delator oficial. Só que infelizmente a maioria não via nisso uma estratégia momentânea. Adotaram de vez o voto de protesto.

Em 1988, um chimpanzé do zoológico do Rio de Janeiro teve uma candidatura não-oficial lançada para prefeito. Era o Macaco Tião. Conclusão: Como o voto não era eletrônico, mais de 400 mil pessoas escreveram o nome do Macaco Tião na cédula de votação. Com esses números ele ficaria em terceiro lugar se a candidatura fosse oficial. (Eram 12 candidatos...)

Antes disso, em São Paulo, o Rinoceronte Cacareco obteve 100 mil votos para vereador! Um claro protesto ao baixo nível dos demais candidatos.

Quanto o voto passou a ser eletrônico, esse tipo de candidatura não-oficial se tornou impossível. Quem deseja anular seu voto deve digitar um número inexistente e confirmar. Começou então e era dos candidatos bizarros. O problema é que esses são de verdade, e se ganham uma vaga, eles assumem! Muito óbvio, mas parece que as pessoas não estão preocupadas com isso...

O falecido Enéas Carneiro a cada eleição para presidente obtinha mais votos. Sua imagem, e maneira enfurecida de se expressar faziam as pessoas rirem, e seria bom que ficasse nisso. Só que infelizmente tudo isso virou estratégia para outros candidatos... Era só a ponta do iceberg.

Não estou sugerindo que as pessoas votem em políticos "profissionais". Uma renovação seria muito mais do que benvinda, só que essa escolha deve ser feita com inteligência. O que um cantor, ex-atleta, ou artista famoso quer com uma candidatura, a não ser poder, influência e dinheiro? Ajudar o povo??? (A verdade é que agora estamos perdidos, porque ajudar o povo não é prioridade de nenhum deles...)

Voltando ao assunto, eu queria muito que a candidatura do Tiririca fosse um protesto. Só que um protesto da parte dele! Já pensaram como seria bom ver o mesmo na última semana do horário político retirando a candidatura, e sem vestir seu personagem pedir consciência na hora de votar? Seria uma lição, mas eu sou utópico mesmo... Ele é candidato de fato, e certamente será eleito para somente lá entre as feras descobrir as atribuições de seu cargo. Pior do que está, pode ficar sim... Eu não sou um "abestado"!

17/08/2010

O falso elitismo e o marketing pessoal mentiroso


Uma coisa que incomoda bastante é ouvir as pessoas que se julgam mais evoluidas do que realmente são. E principalmente aqueles que sabem disso, e insistem em passar uma imagem de perfeição.

Um tal romano chamado Caio Julius Cesar disse que "A mulher de César não basta ser honesta. Deve parecer honesta". Só que nos dias de hoje, o marketing pessoal foi tão profundamente difundido na sociedade ao ponto de percebermos que a imagem sem essência consegue mais resultados do que a competência silenciosa. Então nosso amigo Júlio César não teria que se preocupar com a aparência moral e intelectual das pessoas que o cercam se vivesse em nosso tempo.

A sabedoria popular diz que a mamãe avestruz bota um ovo gigante e fica calada, enquanto a galinha faz o bairro inteiro saber que acaba de botar um ovo pequeno. Isso é uma grande verdade, mas não indica que é correto. O ideal seria que os virtuosos aprendessem a mostrar suas qualidades na medida correta, e que os limitados recebessem a atenção proporcional à sua condição.

Além disso é comum ver nas pessoas a negação (mentirosa) ao que é popular. Explico melhor: Quem nunca ouviu alguém dizer que estava zapeando na televisão, e viu um programa de baixa qualidade, mas que conta com riqueza de detalhes o que se passava? Não era mais fácil admitir que assistiu o programa?

Ou então, para comentar sobre uma música ruim, coloca a culpa no rádio de pilha da empregada doméstica... É sempre assim. O falso elitismo ajuda a construir a imagem do "indivíduo culto".

Todo mundo critica e rejeita ferozmente os programas populares, mas então quem faz com que eles sejam populares? Somente as classes D e E? Duvido disso... Talvez o melhor exemplo seja o Big Brother. Todos amam odiar, mas em todo início de ano vemos jorrar especialistas nesse reality show. É o que ele é... Um reality show. Tem baixaria sim, mas é reflexo de qual sociedade?

Conheci certa vez uma senhora muito inteligente, mas que admitiu se divertir muito com os testes de DNA que aconteciam no programa do Ratinho. Esse é o ponto! Ela não caiu nem um pouco no meu conceito por fazer esta afirmação. Alguém pode pensar que ela se diverte com coisas lamentáveis, mas foi honesta. Eu também dava muita risada, e lembro da musiquinha até hoje... (E se for teu, E se for teu... Faz fazer DNA pra provar que o filho é teu...) rs...
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