10/02/2011

Liberdade, igualdade e fraternidade - Eu ainda quero acreditar!!!

A Liberdade guiando o povo - Eugène Delacroix

Liberdade

Em segurança de rede corporativa se fala muito no princípio do menor privilégio, onde “tudo deve ser proibido a menos que expressamente permitido”, para garantir o mínimo acesso necessário ao desempenho da função. Você não pode nada, a não ser que eu te diga que você pode... Interessante, não? Nesta situação parece ser o mais racional a ser feito.

Só que eu acho que este conceito é expandido para as regras de sociedade sem que a maioria das pessoas perceba. A democracia e a liberdade são gritadas a plenos pulmões, mas tudo parece uma grande piada para os que puxam os fios das marionetes.

Eu me tranco em casa para me sentir seguro. Se eu tentar viajar pelo mundo com pouco dinheiro, vou descobrir rapidamente a limitação do direito de ir e vir. Caso eu exponha ao ridículo as pessoas que merecem que isso aconteça, eu serei processado mesmo que seja verdade. Se eu decidir viver na natureza, logo aparecerá um indivíduo “apontado por Deus” como o proprietário daquelas terras, e me expulsará. (Se ele comprou de alguém, quem foi que vendeu ao primeiro proprietário?)

Me sinto um pouco mais livre depois de escrever isso, mas posso estar enganado.


Igualdade

Você gosta de filmes de ficção? Eu gosto, e reconheço que pensar em igualdade para os seres humanos é a maior das ficções. Nunca existirá. Os lemas da revolução francesa que me inspiraram neste texto certamente pensam a igualdade como algo a ser buscado e idealizado, mas não é falta de esperança imaginar que isso é surreal.

As pessoas não são iguais. (Ainda bem...) Os esforçados e os acomodados não podem ser equiparados, mas eu quero que você perceba que a inversão de valores prova a cada instante que nem sempre prosperam os mais capazes.

Em um mundo perfeito todas as pessoas nascem com as mesmas oportunidades de crescer com saúde para estudar e vencer o jogo da vida. Lindo isso, mas existe?
É digno acreditar e buscar por condições iguais de progredir, mas basta o esforço pessoal para superar quem já nasceu com a vida ganha?

Se você nasceu em uma família humilde, estude muito, se destaque no seu meio, e comemore muito suas conquistas. Só lamento informar que você está bem perto de descobrir que as limitações não dependem apenas do seu desempenho. Faça o seu melhor, mas os exemplos de pessoas que ultrapassaram todas as barreiras são exceções que servem unicamente para você acreditar que a igualdade de condições existe. Desculpe... É ideologia ilusória.


Fraternidade

Irmandade... Somos todos irmãos. Que bonito! Mas só nos momentos de tragédia é que as pessoas se lembram da caridade cega. Aquela que prega fazer o bem sem olhar a quem. (Com a rima para ficar mais legal...)

Vivemos em sociedade, ou sobrevivemos em sociedade? Escolhemos ou precisamos? Parece bem claro que precisamos das trocas. A troca de força de trabalho por mantimentos e outros recursos estruturais.
“Precisa de algo? Mas como você poderia retribuir minha ajuda?”
É assim, ou estou divagando?

Altruísmo existe! Não desconsidero... E por conceito pressupõe até um prejuízo próprio ao ajudar outros, mas deixo um desafio. Cite nos comentários uns 3 exemplos de altruísmo. (Não vale citar o Dalai Lama, a Madre Tereza de Calcutá ou a Irmã Dulce).

É triste, mas o egoísmo impera. Eu também não posso me considerar solidário. Quando recuso ajuda aos que me telefonam de alguma instituição, faço isso com remorso, mas será verdade o que me prometem? O máximo que eu faço é doar algum móvel ou eletrodoméstico que não uso mais a uma instituição que conheço bem.

Outro dia, após o almoço caminhava com uma garrafa de Coca-cola 600 ml que não havia tomado nem a metade, e ao ver um morador de rua, perguntei se ele queria o famoso refrigerante. Ele pegou, agradeceu, mas quando eu virei as costas ele disse que fica bom para misturar com pinga... É, de alguma forma eu o ajudei mas não foi caridade.

Mas não estamos falando de mim... Podemos afirmar que a sociedade é caridosa? Hein?


Melancólica conclusão

A liberdade é limitada, mas fingimos que a temos em plenitude. A igualdade é ficcional e tal discurso serve para conformar quem não usufrui de boas condições. A fraternidade é rara ou mascarada pelo interesse do retorno de favor.

Mas é apenas a minha opinião. Recomendo uma mais gabaritada: A trilogia das cores do cineasta polonês Kieslowski.

E obrigado pela paciência ao ler este desabafo!

25/09/2010

Eleitor não ganha eleição!


Tem gente que acha que votar nos candidatos que lideram pesquisas torna também essas pessoas vencedoras. E nem sei se sinto pena deste comportamento imbecil. Sabe aquelas pessoas que nem sabem a cor de uma bola de futebol, mas quando questionadas dizem torcer pelo time que tiver maior torcida em sua região? É por aí...

É preciso encontrar bons motivos para votar em alguém. Finja ao menos acreditar que seu candidato será diferente dos demais, e que agirá sempre como o SEU representante. Que ele terá ética, e senso de justiça elevado... Se houver uma quase certa decepção, pelo menos leve sua esperança para outro "salvador". Porque manter eternamente uma aliança com quem não está nem um pouco preocupado em ser recíproco?

Quem não vota por motivos fúteis, vota por motivos egoístas. Pode começar a notar... O político que trouxe um poste de luz para a rua dessas pessoas, se transforma no melhor de todos os tempos. Não interessa se o mesmo é a personalização da corrupção em pessoa. O político defende a região, ou se alimenta dela? Constrói obras por necessidade ou para sobrefaturar?

O que vale mais para esses eleitores? Programas para ajudar os que tem menos condições, ou alguma retribuição? Acho que sei a resposta. A maioria não vota por ideologia, mas porque descobriu uma maneira de se beneficiar. Tem gente que dá seu voto apenas porque ganhou uma caneta...

Tenho vontade de rir quando chega na minha caixa de correio uma carta de candidato repleta de panfletos. Se nem eu irei votar nele, porque a esperança de me ver distribuir os outros papéis? E a propósito... Com que dinheiro tantas cartas foram enviadas? Verbas de gabinete, ou investimento pessoal??? Alguns vão dizer que foi dinheiro de doação... Sei... é claro que foi, né?

Em um mar de absurdos talvez eu ainda encontre quem mereça meu voto, mas não serei vitorioso se ajudar a eleger alguém... Apenas aumentará a minha responsabilidade se a pessoa se mostrar indigna. Quem ganha eleição é o político! Proponho que você também pense nisso...

23/08/2010

Voto de protesto ou atestado de burrice?



Não sei se hoje em dia ainda é assim, mas quando eu estava nos meus primeiros anos de escola, havia uma votação que decidia quem seria o representante da classe. Aquele aluno que "ajudaria" as professoras a fazer chamada, marcar negativos, apagar a lousa, ir buscar alguma coisa na secretaria... Ou seja, um escravinho imbecil.

E a classe nunca escolhia os CDF's por um motivo óbvio. Era melhor eleger o aluno mais bagunceiro e sem noção porque este não cumpriria a função de delator oficial. Só que infelizmente a maioria não via nisso uma estratégia momentânea. Adotaram de vez o voto de protesto.

Em 1988, um chimpanzé do zoológico do Rio de Janeiro teve uma candidatura não-oficial lançada para prefeito. Era o Macaco Tião. Conclusão: Como o voto não era eletrônico, mais de 400 mil pessoas escreveram o nome do Macaco Tião na cédula de votação. Com esses números ele ficaria em terceiro lugar se a candidatura fosse oficial. (Eram 12 candidatos...)

Antes disso, em São Paulo, o Rinoceronte Cacareco obteve 100 mil votos para vereador! Um claro protesto ao baixo nível dos demais candidatos.

Quanto o voto passou a ser eletrônico, esse tipo de candidatura não-oficial se tornou impossível. Quem deseja anular seu voto deve digitar um número inexistente e confirmar. Começou então e era dos candidatos bizarros. O problema é que esses são de verdade, e se ganham uma vaga, eles assumem! Muito óbvio, mas parece que as pessoas não estão preocupadas com isso...

O falecido Enéas Carneiro a cada eleição para presidente obtinha mais votos. Sua imagem, e maneira enfurecida de se expressar faziam as pessoas rirem, e seria bom que ficasse nisso. Só que infelizmente tudo isso virou estratégia para outros candidatos... Era só a ponta do iceberg.

Não estou sugerindo que as pessoas votem em políticos "profissionais". Uma renovação seria muito mais do que benvinda, só que essa escolha deve ser feita com inteligência. O que um cantor, ex-atleta, ou artista famoso quer com uma candidatura, a não ser poder, influência e dinheiro? Ajudar o povo??? (A verdade é que agora estamos perdidos, porque ajudar o povo não é prioridade de nenhum deles...)

Voltando ao assunto, eu queria muito que a candidatura do Tiririca fosse um protesto. Só que um protesto da parte dele! Já pensaram como seria bom ver o mesmo na última semana do horário político retirando a candidatura, e sem vestir seu personagem pedir consciência na hora de votar? Seria uma lição, mas eu sou utópico mesmo... Ele é candidato de fato, e certamente será eleito para somente lá entre as feras descobrir as atribuições de seu cargo. Pior do que está, pode ficar sim... Eu não sou um "abestado"!

17/08/2010

O falso elitismo e o marketing pessoal mentiroso


Uma coisa que incomoda bastante é ouvir as pessoas que se julgam mais evoluidas do que realmente são. E principalmente aqueles que sabem disso, e insistem em passar uma imagem de perfeição.

Um tal romano chamado Caio Julius Cesar disse que "A mulher de César não basta ser honesta. Deve parecer honesta". Só que nos dias de hoje, o marketing pessoal foi tão profundamente difundido na sociedade ao ponto de percebermos que a imagem sem essência consegue mais resultados do que a competência silenciosa. Então nosso amigo Júlio César não teria que se preocupar com a aparência moral e intelectual das pessoas que o cercam se vivesse em nosso tempo.

A sabedoria popular diz que a mamãe avestruz bota um ovo gigante e fica calada, enquanto a galinha faz o bairro inteiro saber que acaba de botar um ovo pequeno. Isso é uma grande verdade, mas não indica que é correto. O ideal seria que os virtuosos aprendessem a mostrar suas qualidades na medida correta, e que os limitados recebessem a atenção proporcional à sua condição.

Além disso é comum ver nas pessoas a negação (mentirosa) ao que é popular. Explico melhor: Quem nunca ouviu alguém dizer que estava zapeando na televisão, e viu um programa de baixa qualidade, mas que conta com riqueza de detalhes o que se passava? Não era mais fácil admitir que assistiu o programa?

Ou então, para comentar sobre uma música ruim, coloca a culpa no rádio de pilha da empregada doméstica... É sempre assim. O falso elitismo ajuda a construir a imagem do "indivíduo culto".

Todo mundo critica e rejeita ferozmente os programas populares, mas então quem faz com que eles sejam populares? Somente as classes D e E? Duvido disso... Talvez o melhor exemplo seja o Big Brother. Todos amam odiar, mas em todo início de ano vemos jorrar especialistas nesse reality show. É o que ele é... Um reality show. Tem baixaria sim, mas é reflexo de qual sociedade?

Conheci certa vez uma senhora muito inteligente, mas que admitiu se divertir muito com os testes de DNA que aconteciam no programa do Ratinho. Esse é o ponto! Ela não caiu nem um pouco no meu conceito por fazer esta afirmação. Alguém pode pensar que ela se diverte com coisas lamentáveis, mas foi honesta. Eu também dava muita risada, e lembro da musiquinha até hoje... (E se for teu, E se for teu... Faz fazer DNA pra provar que o filho é teu...) rs...

09/04/2010

As músicas que marcaram sua vida


A música está profundamente enraizada na vida das pessoas, e o acervo que acumulamos em nossa mente acaba sendo um verdadeiro marco de épocas, lugares e pessoas.

Não é uma questão de saudosismo se começo a rir sozinho na rua quando no i-pod toca uma música da minha adolescência. Tem mais a ver com o fato que eu dava grande importância a determinadas coisas que hoje soam ridículas.

Uma música que significava tanto para mim, e me fazia chorar de soluçar, hoje mostra que sem experiência sofremos por bobeiras. A versão contemporânea de mim não se contém, e se diverte com essas memórias invasoras.

Passar por lugares que vivemos momentos importantes, ou rever algum filme que associamos a pessoas (que hoje nem ao menos sabemos como estão), pode chegar perto da mesma sensação, mas as músicas são imbatíveis nesse aspecto.

Qual o casal que não se apropriou de uma música para contar sua história? E quantos outros casais não pensaram egoisticamente da mesma maneira? Não é curioso como os sentimentos podem mudar, mas até os que se separaram guardam “aquela” música com carinho?

E a trilha sonora das paixões platônicas? Essa é cúmplice. Somente a pessoa que guarda o segredo é que entende o que o letrista codificou para ela... É profundo mergulho na ilusão.

Já que os vínculos são inevitáveis, não se preocupe.

Aceite que as músicas continuem deixando marcas na sua trajetória, porque quem sabe elas não ajudem que ninguém se perca no caminho de volta...
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